Religiões Orientais

Diversas religiões orientais têm sido introduzidas no Brasil, provocando interesse no público. O bloco mais denso provém da Índia. Traz duas notas características: o panteísmo (tudo é divindade, e vice-versa) e o reencarnacionismo, doutrina ligada à anterior, pois se não há um Deus distinto do homem, é o homem mesmo quem se salva; se não o consegue numa encarnação, há de consegui-lo em outra, posterior.

As religiões da Índia fascinam pelo seu caráter místico ou sua abertura aos valores invisíveis. Muitas vezes o cristão que as observa não se dá conta de que a divindade, no panteísmo, não é um “tu” distinto do homem, pois certas orações da índia antiga se dirigem à divindade como superior ao homem. O budismo vem a ser a forma mais recente (embora anterior ao cristianismo) do hinduísmo; é uma filosofia de vida severa, tida como pouco religiosa, pois transmite principalmente preceitos de filosofia e ética.

O Japão tem marcado presença mediante suas correntes religiosas, que mais versam sobre a ética e promessas de cura do que sobre a metafísica e a teologia propriamente ditas. Por isso, nem sempre é fácil perceber se professam o panteísmo ou o monoteísmo.

Da Coréia, via Estados Unidos, chegou ao Brasil a Igreja da Unificação, fundada pelo reverendo Moon, que pretende ser o aperfeiçoamento do cristianismo. O culto do fundador é marcante, a ponto de sugerir subserviência, já que Moon se diz o verdadeiro Messias, cuja pregação tem forte nota anticomunista.

O Oriente atrai muitos ocidentais, cansados do pragmatismo da civilização do consumo. Algumas escolas cristãs de oração têm utilizado os métodos budistas de meditação, recomendando a recitação de “mantras cristãos”. Na verdade, “mantra” é um palavra ou fórmula sagrada que, conforme os hinduístas e budistas, provoca uma vibração interna do indivíduo e o põe em contato com a energia esparsa pelo cosmo; produz efeitos de sintonia com o universo. Diz-se que tem poder mágico; é divino como a divindade que o mantra exprime.

A concepção subjacente é de que o homem, o mundo e a divindade constituem uma grande rede de energia; a pessoa deve procurar sintonizar ou se colocar na onda de Deus para se encontrar com Ele e atingir o seu grande centro: Deus (a divindade), o centro do universo e o centro da pessoa humana. Já que o mantra confere benefícios e poderes a quem o profere, o mestre sopra no ouvido do néo-discípulo  o mantra secreto; assim ele desperta as energias latentes ou shakti do discípulo.

Ora, é evidente que tais concepções não se coadunam com a mensagem cristã, que é estritamente monoteísta, professando um só Deus, que é radicalmente distinto do mundo e do homem.  Deus é Pai, e a Oração filial com humildade e confiança o enternece, sem que haja necessidade de métodos mecânicos para o atrair ao homem.

Em vista da confusão de idéias gerada pelo recurso aos métodos orientais de meditação, a Santa Sé publicou em 15/10/1989 uma carta sobre o assunto, esclarecendo as diferenças entre a meditação cristã e a hinduísta.